O chamado da Organização Mundial do Turismo para mitigar o impacto da COVID-19 no setor
Em tempos de pandemia, um dos documentos mais importantes do turismo em âmbito mundial lançado até o momento é o “APOIO AO EMPREGO E À ECONOMIA ATRAVÉS DE VIAGENS E TURISMO: Chamado à ação para mitigar o impacto socioeconômico do COVID-19 e acelerar a recuperação“. O referido documento foi lançado em inglês e espanhol, está postado na página do Portal do Trade Turístico e o presente artigo pretende traduzir e resumir os principais pontos, dentro do interesse turístico Potiguar.
O documento foi preparado pela Organização Mundial do Turismo (OMT), com a contribuição dos membros do Comitê Mundial de Crise do Turismo, composto por representantes da OMT, representantes de seus Estados membros, Organização Mundial da Saúde (OMS), a Organização Internacional da Aviação Civil (OACI), a Organização Marítima Internacional (IMO) e o setor privado – Membros Afiliados da OMT, o Conselho Internacional de Aeroportos (AIC), a Associação Internacional de Linhas de Cruzeiro (CLIA) ), a Associação Internacional de Aviação Civil (IATA) e o Conselho Mundial de Viagens e Turismo (CMVT).
Lançado em Abril de 2020, o documento teve como objetivo fornecer uma estrutura de ação para ajudar os países a mitigar os efeitos imediatos da crise nas viagens e no turismo, estimular a recuperação e orientar o desenvolvimento e a resiliência a longo prazo. As recomendações são divididas em três eixos principais:
- Gestão da crise e mitigação dos efeitos;
- Estímulo e aceleração da recuperação;
- Preparação para o futuro.
As medidas de Gestão da crise e mitigação dos efeitos são de extrema urgência e devem ser aplicadas imediatamente, especialmente aquelas relacionadas ao fornecimento pontual, específico e temporário de ajuda às pessoas e empresas mais afetadas durante a emergência. Especificamente são:
1. Incentivar a retenção de empregos, manter o trabalho independente e proteger os grupos mais vulneráveis.
2. Apoiar a liquidez das empresas.
3. Revise os impostos, taxas, encargos e regulamentos que afetam o transporte e o turismo.
4. Garanta a proteção e confiança do consumidor.
5. Promover a capacitação, em particular as habilidades digitais.
6. Incluir o turismo em pacotes de emergência econômica nacional, regional e global.
7. Criar mecanismos e estratégias de gerenciamento de crises.
Devido à queda súbita e sem precedentes na demanda causada pela pandemia do COVID-19, o setor de viagens e turismo exigirá estímulos financeiros para apoiar a recuperação. Além da formação de uma governança local que possa apoiar as respostas em um cenário complexo e inédito para o setor. Assim as recomendações de Estímulo e aceleração da recuperação são:
8. Fornecer incentivos financeiros para investimentos e operações no setor de turismo.
9. Revise impostos, taxas e regulamentos que afetam viagens e turismo.
10. Facilitação prévia de viagens.
11. Promover a criação de novos empregos e o desenvolvimento de habilidades, especialmente digitais.
12. Integrar a sustentabilidade ambiental nos pacotes de estímulo e recuperação.
13. Compreender o mercado e agir rapidamente para restaurar a confiança e estimular a demanda.
14. Promover marketing, eventos e reuniões.
15. Invista em alianças.
16. Integrar o turismo nos programas nacionais, regionais e internacionais de recuperação e assistência ao desenvolvimento.
Essa crise pode oferecer uma oportunidade única de moldar o setor, para garantirque ele não apenas cresça, mas cresça melhor, priorizando a inclusão, sustentabilidade e responsabilidade. Além disso, para construir um futuro, atenção especial deve ser dada ao fortalecimento da resiliência e a promoção da sustentabilidade em todos os níveis. Assim as recomendações de Preparação para o futuro são:
17. Diversificar mercados, produtos e serviços.
18. Invista em sistemas de inteligência de mercado e transformação digital.
19. Fortalecer a governança do turismo em todos os níveis.
20. Prepare-se para a crise, desenvolva resiliência e garanta que o turismo faça parte dos mecanismos e sistemas nacionais de emergência.
21. Investir em capital humano e desenvolvimento de talentos.
22. Coloque o turismo sustentável no topo das agendas nacionais.
23. Fazer a transição para a economia circular e integrar os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS).
Todos as 23 recomendações elencada no referido documento, desdobram em subtópicos para maior detalhamento das ações a serem tomadas, que podem e devem ser consultadas para aprimorar as possíveis ações em cada contexto. O presente artigo é uma primeira provocação para o debate, a resiliência do setor está sendo colocada a prova como nunca visto, sair transformado para melhor é o desafio posto e estamos aqui para isso.